O suposto cometa interestelar 3I/ATLAS tem despertado grande curiosidade entre astrônomos e estudiosos do espaço por um motivo notável: ele não pertence ao Sistema Solar. Após atingir seu ponto mais próximo do Sol, o periélio, o corpo celeste começa agora a se afastar, abrindo uma janela para observação — ainda que restrita a quem possua equipamentos astronômicos.
Embora muitos esperem testemunhar o fenômeno, o 3I/ATLAS não será visível a olho nu. De acordo com especialistas, será preciso o uso de telescópios de médio porte, com abertura mínima de 20 centímetros, em locais de céu escuro e horizonte livre de obstáculos. O brilho do cometa será fraco, com magnitude estimada em 11,5 — limite que o torna invisível até mesmo com binóculos astronômicos.
Quando e onde observar o cometa
O guia de observação TheSkyLive prevê que o cometa começará a reaparecer nas primeiras semanas de novembro, sendo visível pouco antes do amanhecer, na direção leste, a cerca de 9º acima do horizonte. Entre os dias 3 e 17, o 3I/ATLAS cruzará a Constelação de Virgem, ganhando altura gradualmente até alcançar Leão, sua próxima parada no firmamento.
No Brasil, as condições de observação devem melhorar no início de dezembro, quando o cometa estará mais afastado do Sol e sua elongação — a distância angular em relação à estrela — será maior. Mesmo assim, o tempo útil para vê-lo será curto: cerca de uma hora antes do nascer do Sol.
O astrônomo Marcelo Zurita, presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA), explica que talvez já seja possível observá-lo com telescópios por volta do dia 10 de novembro, embora sua visibilidade dependa fortemente das condições atmosféricas. “Por ele ser tênue, acho muito difícil ser visto antes disso”, afirmou. Zurita ressalta que o cometa estará a 270 milhões de quilômetros da Terra em seu ponto de máxima aproximação, previsto para 19 de dezembro.
Um visitante raro e veloz do espaço interestelar
O 3I/ATLAS é um verdadeiro viajante interestelar, apenas o terceiro objeto de fora do Sistema Solar a ser detectado pela humanidade. Essa característica o torna especialmente valioso para a ciência, pois pode revelar pistas sobre a formação de planetas e sistemas estelares em outras partes da galáxia.
Além da origem exótica, o cometa impressiona por sua velocidade, estimada em 61 mil quilômetros por segundo — a mais alta já registrada em um corpo desse tipo. E há ainda outro detalhe notável: sua idade. Calcula-se que o 3I/ATLAS tenha entre 5 e 7 bilhões de anos, o que significa que ele é mais antigo que o próprio Sistema Solar.
Apesar da passagem ser discreta aos olhos humanos, o evento é considerado extraordinário para a astronomia moderna. A expectativa é de que sua observação ajude a decifrar mistérios sobre a origem da matéria e da dinâmica cósmica além das fronteiras do Sol.
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